O osso pesa, mas há algo em sua essência que pode ser seu passaporte para a leveza. Desossar é inverter seu sentido habitual, trazê-lo do chão para o ar. Uma parede revestida de jornal é carimbada por dois corpos e stancils criando grafias inusitadas.
Corpo, graffiti e espaço são elementos da ação performática que reflete o deslocamento do cenário urbano impresso em um olhar quase fotográfico para imagens de cidades inventadas dentro da cidade ordinária.
Desosso o osso e (flutuo) é também um trabalho que experimenta refletir sobre a sonoridade do rock`n roll e suas particulares interferências no corpo. O rock é por excelência um som dissonante, cruento, intenso. Marginal, transita entre os vôos mais altos da poesia e expressa os gritos da revolta, da postura crítica diante de uma realidade que quase não permite ver nada além do peso das coisas. Da guerra a vida sonhada dos anjos, o rock é trilha sonora ambígua. Pesa, contém, explode e voa. Não é preciso usar um violino para ser profundo.
Estréia em Junho de 2008 no SESC Av. Paulista (daqui a pouco mais informações)
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